Tuesday, October 12, 2010

Incentivo à Leitura | Tess Gerritsen (3) | Entrevista

Finalmente. Como disse no último post: os que ainda não leram, espero que gostem; os que já leram, leiam de novo e tirem novas conclusões (ou não). Foi, sinceramente, a melhor entrevista que já fiz no blog.

ENTREVISTA
O que, primeiramente, inspirou você para escrever thrillers médicos? De onde vieram as ideias?


Comecei minha carreira como escritora de suspenses românticas para a Harlequin Intrigue, e escrevi nove desse gênero. Numa tarde, no entanto, jantei com um detetive policial aposentado que esteve viajando pela Rússia, e ele me disse que crianças estavam desaparecendo em Moscou, e a polícia local acreditava que essas crianças estavam sendo mandadas para países estrangeiros como doadores de órgãos. Eu estava tão perturbada por causa deste evento que quis escrever um livro sobre isso. Então, escrevi um thriller médico chamado HARVEST – que virou um grande bestseller. Teve tanto sucesso que decidi continuar a escrever thrillers médicos.

O que fez você se aposentar da carreira de Medicina?

Meus filhos! Tive muitos problemas em encontrar uma “creche” enquanto estava trabalhando como médica que finalmente decidi ficar em casa e seguir uma carreira diferente. Em alguns anos, vendi meu primeiro livro (um romance). Nunca mais voltei para a medicina.

Como é, para você, como escritora, ter um “trabalho” reconhecido e apreciado por pessoas de tantos países? Essas pessoas te escrevem para dizer o que acham de seus livros?

Nunca deixa de me surpreender e de me emocionar que tantas pessoas já leram ou leem meus livros! Sinto-me bastante sortuda por ter esses fãs, e sinto a responsabilidade de entreter e satisfazê-los. Levo esse trabalho a sério!

Sim, recebo vários emails – pelo menos diversos por dia. Na maioria das vezes, eles me escrevem para dizer que gostam dos meus livros. Ocasionalmente, alguém escreve para indicar um erro. E de vez em quando, recebo um de alguém que absolutamente odeia algo que eu tenha escrito e logo me dizem. Esses últimos não são muito agradáveis para ler.

Como você escreveu a parte de 1830 de “O Jardim de Ossos”? Você estudou muito por conta própria ou na faculdade para descrever a medicina daquela época?

O JARDIM DE OSSOS exigiu muita pesquisa. Li vários livros de história e jornais daquela época. Li livros e biografias de Oliver Wendell Holmes (uma das personagens). Visitei museus, e andei pela Boston história (onde muitos dos mesmas prédios e ruas ainda existem). Finalmente, fui capaz de encontrar e comprar vários livros antigos de medicina do início do século XIX, com instruções detalhadas de cirurgias para vários procedimentos – incluindo como cortar fora um braço (sem anestesia!). Usei essas informações para escrever uma cena em O JARDIM DE OSSOS em que os cirurgiões têm que amputar o braço de um jovem.

Em O CIRURGIÃO (2001), você focou mais na relação entre o detetive Moore e Catherine Cordell, apenas apresentando a personagem da detetive Jane Rizzoli. Você, de fato, pretendeu fazer isso inicialmente e, então, em O DOMINADOR (2003), trazer Jane como a protagonista da série, ou decidiu apenas enquanto escrevia o segundo livro? O que você pode nos dizer quanto a sua escolha em tornar Jane Rizzoli uma protagonista junto com a patologista Maura Isles?

Quando escrevi O CIRURGIÃO, nunca imaginei que Jane Rizzoli se tornaria uma personagem maior. Ela era apenas uma personagem sem tanta importância, e até planejei matá-la no final. Mas enquanto eu escrevia o livro, fiquei mais e mais interessada em Jane. Ela parecia tão diferente, tão real para mim que, no final do livro, eu estava realmente presa a ela. Eu não podia deixá-la morrer! Então ela viveu. E então eu queria saber o que aconteceria depois em sua vida, e transformei-a na estrela de O DOMINADOR. Desde então, ela tem sido a estrela e a co-estrela da minha série.

Você poderia nos dizer se já existe outro livro planejado para a série de Jane e Maura após o lançamento de ICE COLD?

Sim, já estou nas 40 páginas do meu próximo livro de Jane & Maura. Ainda não tenho um título, mas a história começa com um estranho assassinato na Chinatown de Boston e vai trazer algumas antigas lendas populares chinesas que minha mãe costumava me contar enquanto eu crescia.
NOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS
• Tess Gerritsen e seus Thrillers Médicos
• Rizzoli & Isles: a série e o seriado

2 comments:

  1. Eu já ouvi falar muito dos livros da Tess, tem uma amiga minha que é fãzona dos livros dela, mas sei lá, sempre fico com aquela sensação de que não é o tipo de livro que eu vá gostar. Não se nem pq.
    Eu até assisti o piloto do seriado, sem saber que era inspirado nos livros dela, mas a fotografia da série me irritou demais, e como eu já assisto séries de mais, tendo tempo de menos -q, abandonei.
    Mas pela entrevista, ela parece ser tããão legal!
    Acho que no final das contas, vou acabar dando uma chance aos livros dela. *-*

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  2. eu adoro essa coisa de escritores terem profissões tão variadas... tipo, uma médica que escreve! um engenheiro que escreve! tbm adorei a entrevista.

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